A população que se declara preta também cresceu – hoje 10,2% dos brasileiros se dizem pretos –,
assim como a de indígenas (0,8% dos brasileiros assim se identificam).
A parcela dos que se declaram brancos voltou
a cair, em linha com o que acontece desde 2000, e passou a ser o segundo maior
grupo, com 43,5% da população.
de amarelos também recuou,
para 0,4%, e voltou ao mesmo patamar de 30 anos atrás.
Veja os números:
·
Os pardos são
92,1 milhões, 45,3% da população. Em 2010 eram 43,1%;
·
Os brancos são
88,2 milhões, ou 43,5%. Em 2010, eram o maior grupo, com 47,7%;
·
Os pretos cresceram
42,3% na última década, e passaram a ser 20,7 milhões,
ou 10,2% da população, ante 7,6% em 2010;
·
Os indígenas* agora
são 1,7 milhão, ou 0,8% ante 0,5% em 2010, um aumento de 89%. Parte desse
crescimento expressivo, entretanto, pode ser explicado pela mudança na metodologia da pesquisa para os povos indígenas,
que permitiu identificar mais pessoas;
·
Os amarelos tiveram
a maior queda, de 2 milhões em 2010 (1,1% da população) para 850 mil agora
(0,4%), retornando a patamares próximos aos encontrados no censo de 1991.
Quem define a cor ou raça de cada um
A definição
da cor ou raça no Censo é feita por autodeclaração. Ou seja, o morador entrevistado
identifica a si mesmo de acordo com uma de cinco alternativas: branca; preta;
amarela; parda ou indígena (havia a opção de não declarar a raça, mas só 0,005%
dos entrevistados decidiram assim).
O instituto considera amarelas pessoas com ascendência de
alguns países orientais, como Japão e China, por exemplo. Quando o indivíduo
assim se identificava, o pesquisador explicava isso e dava a chance para que a
opção fosse alterada ou mantida.
Embora o quesito cor seja pesquisado no Brasil desde o
primeiro Censo de 1872, ele passou a ser denominado “cor ou raça” apenas partir
de 1991. Por isso, a série histórica divulgada pelo IBGE começa ali.
O IBGE destaca que a raça é um conceito mais amplo do que
apenas a cor da pele e outras características físicas,
envolvendo também outros critérios de pertencimento identitário como origem
familiar e etnia.
Expressão
da conscientização racial
Os dados foram divulgados em evento
realizado nesta sexta na sede do Olodum, em Salvador, na Bahia, com a
participação de representantes do movimento negro.
“Esse lançamento em Salvador, a
cidade que mais recebeu africanos no país, é simbólico. Porque foi aqui que
começou a luta de resistência dos quilombos no país e é por aqui que tem que
começar a luta por igualdade. Esses números vão ajudar a dizer que a pobreza
tem cor, que o desemprego tem cor”, disse João Jorge, presidente da Fundação
Palmares.
O presidente do IBGE Márcio Pochmann,
destacou o impacto da conscientização racial nos números da pesquisa.
"O trabalho político de
conscientização, de melhor empoderar a realidade do povo brasileiro, permitiu
que o Censo fosse cada vez mais percebido como avanço da população não branca
no Brasil. Isso é uma expressão de uma conscientização que está em curso no Brasil",
afirmou.
Marcelo Gentil, presidente do Olodum,
mencionou o trabalho do movimento negro.
“Realizamos uma campanha no início dos anos 90, um
conjunto de organizações do movimento negro brasileiro, que foi a campanha ‘não
deixe sua cor passar em branco’. Naquele momento, a população de pretos e
pardos, ou seja, a população afro-brasileira, era bastante inexpressiva, mas
sabíamos que era uma população enorme. Por isso que nasceu essa campanha, para
que as pessoas se assumissem como negros. E a partir daí as pessoas passaram a
se assumir enquanto negros e negras.”
s raças por regiões...
Os
pardos são
a maioria da população Nordeste (59,6%), do Norte (67,2%) e do Centro-Oeste
(52,4%).
Os
brancos são
a maioria na região Sul (72,6%), e quase a metade da população do Sudeste
(49,9%).
As regiões com maiores concentrações de população preta são o Nordeste com 13%
e o Sudeste, com 10,6%.
Já os
amarelos têm maior concentração no Sudeste (0,7%) e Sul e
Centro-Oeste, com 0,4%, mesmo peso relativo nacional.
...e
por municípios
Os pardos são
o maior grupo em mais da metade dos municípios do país – 3.248 das 5.570
cidades. Os brancos,
em 2.284.
Em apenas 33 cidades brasileiras os indígenas são a cor ou raça predominante e a preta, em 9. Os amarelos não são maioria em nenhuma
cidade brasileira.
Fonte:
https://g1.globo.com/economia/censo/noticia/2023/12/22/censo-2022-cor-ou-raca.ghtml.
Acesso em 22/10/2023.
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