BAOBÁ: A ÁRVORE DA VIDA


O imbondeiro ou Adasonia digitata, nome científico do BAOBÁ, essa grande árvore é um símbolo da ancestralidade africana. Conta lenda que antes de serem embarcados nos navios negreiros ou tumbeiros, os escravizados eram obrigados a dar dezenas de voltas em torno do imenso BAOBÁ, onde deixavam sua essência. Em seguida eram batizados e recebiam nomes e uma identidade cristã ocidental, por isso o BAOBÁ começou a ser chamado de árvore do esquecimento, nele os escravizados deixavam a memória e sabedoria. No Senegal, diz-se que o defunto que for enterrado dentro do tronco permanece com a alma viva, enquanto a árvore existir

Na mitologia yorubá, o BAOBÁ aparece na construção simbólica do princípio de tudo, conexão fundamental entre tudo que existe material e o mundo sobrenatural.

BAOBÁ é uma espetacular árvore africana, que tem em média 30 metros de altura e 11 de circunferência. Extremamente resistente a intemperes da natureza, chega a durar 6.000 anos e sua semente leva dez anos para germinar. Inacreditavelmente consegue concentrar cem mil litros de água e sua formosa copa atrai a todos. Por conta dessa magnifica opulência nasceu uma extensa produção de folclore acerca de sua existência. Assim, o BAOBÁ é parte da história e cultura africana.

Além de tudo, as folhas, sementes e frutos são alimentos riquíssimos, sua madeira tem inúmeras aplicações desde a construção civil até a produção de instrumentos musicais, e nas entranhas do seu tronco normalmente são construídas cisternas comunitárias.

O acúmulo de água no seu tronco oco é uma dádiva: os 120.000 litros de água são importantes para os períodos de seca, ou os viajantes que a encontram nas peregrinações. Abre-se um buraco no caule, usa-se água; quando a água esgota o tronco fica oco e passa a servir de abrigo para animais e domicílios para famílias.

Por isso representam a vida, fertilizada, cura em abundância, a árvore da vida.

Há uma triste notícia envolvendo os BAOBÁS: essas árvores majestosas estão morrendo.

Na busca de descobrir o porquê a árvore dura tanto, cientistas descobriram que elas estão morrendo a anos ou décadas. Os pesquisadores não encontram sinais de epidemia ou doença, o que os levou a sugerir que a mudança climática no sul da África poderia ser a culpa – mas eles enfatizam que mais pesquisas são necessárias para confirmar essa ideia.

Em um caso, os pesquisadores observaram que em 2010 e 2011, todos os caules de Panke, uma árvore gigante e sagrada do BAOBÁ, no Zimbábue, caíram e morreram. A equipe estima que a árvore tinha 2.450 anos, tornando-a a mais velha conhecida como BAOBÁ e angiosperma africano com data precisa. Outras árvores no sul da África também morreram completamente ou tiveram colapso parcial do caule.

Salve a mãe África, com sua rica Diversidade, História e Cultura.

Fonte – Revista Raça Brasil, Ano XXII, edição 223, pp. 60-61. São Paulo: Pestana, 2021. Acesso por assinatura. https://revistaraca.com.br/wp-content/uploads/2021/03/Revista-Raca-223-DIGITAL-OK_compressed.pdf.  

 

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