Cidades situadas na Chapada Diamantina e na região sudoeste devem ser
contempladas com uma chuva forçada, provocada por indução artificial em
nuvens, para aliviar os efeitos da seca que causam danos sociais e
ambientais há meses no semiárido baiano. O estado possui, hoje, 238
cidades com situação de emergência reconhecida pelo Ministério da
Integração Nacional, das 417 existentes. A medida foi negociada entre a Secretaria da Agricultura, Irrigação e
Reforma Agrária do Estado (Seagri), com consenso do Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em reunião ocorrida na
segunda-feira (14). O início do processo depende agora da assinatura do
contrato com a empresa prestadora do serviço, a ModClima, prevista para
acontecer nos próximos dias.
O responsável pela pasta da Seagri, Eduardo Salles, afirmou nesta
terça-feira (15) que a medida será realizada em fase experimental, como
"projeto piloto", ao custo de R$ 200 mil, com objetivo de gerar "alento"
a curto prazo para a população desses locais. O planejamento é que um
avião percorra por 12 horas cidades das regiões escolhidas. Se a técnica
comprovar benefícios, já há perspectiva de ampliar o acordo com a
empresa para atuação em outras regiões que formam o semiário da Bahia.
"Na prática, um avião entra nas nuvens em potencial e as pulveriza com
gotículas de água potável maiores que o vapor, o que faz elas incharem e
a água cair. Tudo é correto em termos ambientais, não tem produtos
químicos", explica o secretário.
A aplicação resulta em chuva de pequena intensidade, mas que pode
servir para umedecer o clima e o solo dessas localidades. "Não vai
encher barragem e sim dar alento, umidade ao solo, o que é bom para a
agropecuária e para o consumo humano. Não há expectativa de ver a
barragem subir, por exemplo", explica. O efeito da precipitação seria
maior, no entanto, se o teste fosse realizado até o mês de outubro,
quando a formação das nuvens é mais madura. Por isso, a possibilidade
apontada pela empresa ao governo é de 40% de sucesso.
De acordo com o secretário Eduardo Salles, as duas regiões iniciais
foram definidas com base na abrangência imediata e por ter aeroportos
para dar suporte à aeronave, no caso, em Ilhéus e Vitória da Conquista.
"Na Chapada, temos a bacia do Paraguaçu, que abastece grandes cidades. E
em Vitória, temos o problema grave de água para a própria sede, que tem
350 mil habitantes. Vamos tentar ajudar os agricultores e formar um
potencial hídrico", acrescenta.
Fonte"G1/Bahia"
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