Segundo a autora, a pesquisa teve como
objetivo geral, compreender como as práticas laborais dos trabalhadores de uma
olaria podem contribuir para o ensino de Matemática no âmbito da Educação de
Jovens e Adultos (EJA), na perspectiva da Etnomodelagem, tendo como referência
espacial as olarias das comunidade que ficam no entorno do povoado de
Quixabeira, município de Governador Mangabeira. A pesquisa foi motivada pela
experiências pedagógica alcançada com turmas da EJA, do Colégio Estadual
Professor Edgard Santos (CEPES) – anexo de Quixabeira quando Girlane esteve
como professora nos anos de 2019 a 2022, como salienta a pesquisadora:
Esta pesquisa é fruto de uma inquietação sobre o cenário educacional na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), por desempenhar um papel importante na formação de pessoas que não concluíram os estudos na idade própria, oportunizando não apenas o aprendizado, mas transformando os sujeitos socialmente a partir de um planejamento que valorize o seu repertório cultural e as suas experiências de vida. Esta investigação surgiu de aulas ministradas em turmas da EJA, em que o conhecimento matemático era expresso por meio dos saberes e fazeres do cotidiano, começando-se, nesse cenário, a perspectivar possíveis relações entre o ensino de Matemática e as práticas laborais desses estudantes (Santos, 2025, p. 9).
Além
da apresentação e introdução, a dissertação em foco foi estruturada em quatro
capítulos, ou seja:
Capítulo I – EJA: A Construção dos Saberes e o
Contexto da Olaria.
Capítulo II – As Etnos que Modelam o Ensino da
Matemática.
Capítulo III – Percurso Metodológico.
Capítulo IV - Análise e Discussão dos Resultados.
Por último, Girlane dos Santos, produziu as suas
considerações finais, destacando a importância da pesquisa, sobretudo para o
ensino de Matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA), levando em
consideração que:
O ensino de Matemática seja significativo para os estudantes, buscou-se
nas práticas laborais dos oleiros aproximações com os conteúdos matemáticos
desenvolvidos em sala de aula, observando-se como estes podem se associar
àqueles utilizados por eles de forma implícita no cotidiano, demonstrando que a
matemática está presente na vida dos sujeitos e que pode ser utilizada diariamente.
Desenvolver a pesquisa no âmbito da EJA propicia que essa modalidade seja visibilizada, realizando atividades que atendam às necessidades desses sujeitos, que não alcançaram a formação na idade própria e tiveram sua trajetória marcada pela falta de oportunidades e desafios da vida em sociedade (Santos, 2025, p. 117).
Girlane da Silva dos Santos: breve Biografia.
Oriunda de família de baixa renda da zona rural do
município de Governador Mangabeira - BA, filha da professora aposentada
(Josefa), irmã de Jailane e Jailda, mãe de Rayline, realizou todo seu estudo em
escolas públicas, concluindo o ensino médio no Colégio Estadual Professor
Edgard Santos (CEPES).
Realizou a graduação em Licenciatura em Matemática
pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Campus Amargosa,
participou de duas especializações, uma no Ensino de Matemática, pela
Universidade Candido Mendes (UCAM) e em Ensino de Ciências Naturais e
Matemática, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano –
IFBAIANO. Esse ano concluiu o Mestrado em Educação em Ciências e Matemática,
pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), localizada em Ilhéus.
Iniciou sua carreira como professora no CEPES em
2013, retornando como REDA em 2019 a 2022, também lecionou no Centro
Educacional Angelita Gesteira (CEAG) – Governador Mangabeira (2014 a 2017) e No
Colégio José Bonifácio (CEJB) – Governador Mangabeira (2016 a 2018).
Atualmente, leciona matemática para alunos do Ensino Fundamental – anos finais,
como professora concursada da rede municipal de educação da cidade de Amargosa.
“Parabenizamos a professora, Girlane dos Santos pela defesa do seu mestrado, com uma temática extremante relevante na perspectiva educacional da área de matemática (Etnomodelagem), conseguindo unir saberes centenários desenvolvidos por pessoa que trabalham em olarias, nesse caso estudantes do município de Governador Mangabeira, analisando de forma competente e inovadora a importância desses saberes para educandos da EJA, tornando assim a perspectiva do ensino e aprendizagem matemático mais prazeroso e próximo da realidade de vida dos estudantes. Parabéns Girlane, você é um orgulho para a sociedade mangabeirense. Sucesso em sua caminhada”, enfatizou o professor Borges
O que é etnomodelagem?
Segundo Santos (2025), a Etnomodelagem analisa os aspectos relativos às
diferenças culturais, colaborando com o processo de ensino e aprendizagem,
valorizando a cultura de diferentes grupos, na busca por compreender suas
raízes socioculturais, estudando os seus conhecimentos matemáticos, de forma a
apresentar as variadas maneiras de solucionar problemas, partindo do princípio
que todo ser tem conhecimentos prévios e estratégias de resolução de problemas,
inclusive de ordem matemática a
etnomodelagem consiste em compreender a matemática a partir de um contexto cultural e
os saberes tradicionais de diferentes comunidades. Ela se dedica a traduzir,
através de modelos matemáticos, as práticas e conhecimentos desenvolvidos ao
longo do tempo por diversas culturas. Esse enfoque busca valorizar e integrar
os saberes culturais, trazendo a matemática para mais perto da realidade social
e histórica dessas comunidades. Os (etnos)modelos refletem a
diversidade de experiências humanas e realidades culturais, permitindo inovar,
explorando maneiras alternativas de ver e estruturar problemas com base em
saberes culturais. Dessa forma, a conexão entre elas possibilita pensar numa
matemática humanizada e conectada às realidades culturais dos povos.
Bibliografia
SANTOS, Girlane da Silva dos. A Etnomodelagem e a Educação de Jovens e Adultos no Contexto
de uma Olaria do Município de Governador Mangabeira – BA. Dissertação de Mestrados. Ilhéus
(BA): UESC, 2025. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1-uRU3JaYqcHuGO57OU2lwSCpDGCuOXsM/view.
Acesso em 12/10/2025.
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