A atividade foi coordenada pela área de Ciências Humanas, levando em
consideração o seguinte objetivo geral: refletir acerca das principais
características da Revolta dos Malês, que aconteceu na Bahia 1835, utilizando
como referencial o enredo do filme “Malês”,
dirigido por Antônio Pitanga. Por
sua vez, os objetivos específicos consistiram em: compreender o
contexto histórico em que aconteceu a Revolta dos Malês; caracterizar o povo Malê
e sua vinculação com a religião islâmica; entender os principais motivos que
levaram a eclosão da Revolta dos Malês,
analisar a situação social e econômica da Bahia no século XIX; discutir
possíveis relações metodológicas entre História
e Cinema.
Após
o acesso ao filme, cada professor irá trabalhar em sala de aula com as
principais temáticas abordadas no filme, principalmente a vinculação ao levante
de escravizados muçulmanos em 1935, na cidade de Salvador, denominado de Malês. Posteriormente, os estudantes
responderam atividades propostas por cada docente, a exemplo de um Google
Formulário, contendo questões sobre o enredo do filme.
“Assim,
agradecemos a todos e todas que contribuíram para a realização dessa relevante
atividade pedagógica: aos(as) professores(as), aos(as) servidores(as) e a direção
do CETIPES, bem como a maioria dos estudantes pelo bom comportamento e
interesse pela atividade, sem esquecer da contribuição dos estudantes de
História da UFRB, bolsistas do PIBID. Ainda, agradecer a SEC estadual, SEC
municipal. a UNIMAM e a direção da escola pelo apoio no transporte, possibilitando aos
educandos a oportunidade de conhecerem outros espaços, sobretudo o acesso ao
cinema, assistindo ao filme Malês, que retrata a resistência do povo negro a
escravização”, mencionou o professor Borges,
PRINCIAIS CARACTERÍSTICAS
DA REVOLTA DOS MALÊS
Local – Salvador - Bahia
(1835);
Fatores
– a
exploração aos escravizados e a questão do culto a religião Islâmica;
Participantes – escravizados
de origem mulçumana, ou seja, seguidores da religião islâmica, onde o profeta é
Maomé, o Deus é Alá e o livro sagrado é o Alcorão, que sabiam ler e escrever.
Os
malês (muçulmanos na língua iorubá) não comiam carne de porco, jejuavam as
sexta-feira e, uma vez no ano uma dieta especial à base de inhame e, língua de
vaca, arroz leite e mel. Esse período é conhecido como Ramadã (mês sagrado para
os muçulmanos).
Principais
líderes
- Pacifico Licutân (Bilal), Manoel Calafate, Luís Sanim, estes que seguiam o
Culto Malê, uma religião mista, composta de elementos africanos e muçulmanos;
O
que desejavam
- o fim da escravidão, a perseguição religiosa contra aqueles que eram
muçulmanos, além do domínio católico.
A
data do levante – 25 de janeiro de 1835, um domingo. A luta durou a noite
inteira , quando os malês, agitando espadas, facas e lanças enfrentaram
soldados armados.
A
participação feminina.
A
participação feminina – a Historiadora Luciana Brito (UFRB), lembra que outra
importância do episódio foi a alta participação de mulheres. Além do papel de
Sabina da Cruz, ela diz que são muitos os relatos do envolvimento feminino,
ainda que, "na documentação, apareçam de forma secundária".
"Elas tiveram um papel fundamental na organização das mobilizações, com
reuniões em suas casas. Elas sabiam o que estava acontecendo, guardavam armas e
escritos em árabe. Tinham participação ativa nas decisões", explica.
A
delação -
foi uma africana liberta nagô chamada Sabina da Cruz. A maior estudiosa da
personagem é a historiadora Luciana Brito. "Seu intento inicial era
impedir que o marido participasse do levante. Ela denunciou porque queria
evitar de toda maneira que ele participasse”.
Desfeche
- cerca
de 70 africanos foram mortos durante os combates e muitos outros ficaram
ferido, vindo a falecer posteriormente. O tribunal que julgou os malês,
procurou provar a superioridade dos brancos sobre os negros, dos homens de
posses sobre os escravizados, da religião católica sobre as outras.
Outros
foram presos e deportados para sua região de origem na África (Lagos, Nigéria
ou Daomé).
Segundo
o historiador baiano, João José Reis, especialista na temática e autor do livro
- Rebelião Escrava no Brasil: a História do Levante dos Malês em 1835, que
considera esse movimento como maior revolta escrava existente no Brasil, o
objetivo das autoridades era o branqueamento da sociedade baiana livre.
Legado - resgatar tais
episódios, na opinião dos especialistas, é importante para que a narrativa
historiográfica não perpetue uma ideia de que a abolição foi um processo
protagonizado por brancos, com o direito à liberdade sendo outorgado aos
negros. "Foi um processo longo, fruto de revoltas e outras formas de resistência",
ressalta Brito.
"O levante dos malês mostra essas pessoas como sujeitos políticos, com ideias de liberdade, projetos de vida. Até mesmo a Sabina, que era contra o levante, também mostra que havia diversidade de pensamento", acrescenta a professora.
Referências
BBC. O que foi a Revolta dos Malês, a maior rebelião de escravizados do Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/clylp4x10jpo. Acesso em 25/10/2025.
BOULOS JUNIOR, Alfredo. História sociedade & cidadania. Volume I, 2ª ed. São Paulo: FTD, 2016.
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