Além de recomendações específicas para três
perfis de alunos (veja abaixo), professores ouvidos pelo g1 destacam aspectos da prova que devem ser
reconhecidos por todos os candidatos:
Saber como funciona o exame;
Definir um cronograma que garanta bom
aproveitamento;
Focar nos conteúdos mais recorrentes em
cada área do conhecimento;
Praticar com provas de anos anteriores e
simulados (com atenção especial à redação e matemática);
Planejar uma estratégia de resolução da
prova.
Antes de tudo, “é preciso conhecer a
metodologia de correção da prova, chamada de Teoria de Resposta ao
Item (TRI), que leva em conta a coerência pedagógica”, ressalta
Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais do grupo SAS
Educação.
O método considera o nível de dificuldade
de cada questão, atribuindo pesos diferentes. Por isso, dois alunos com o mesmo
número de acertos podem tirar notas diferentes. “Resolver – e acertar –
primeiro as questões mais fáceis e médias garante maior nota do que apenas
acertar as difíceis", explica.
Outro ponto essencial é saber quais são os assuntos mais recorrentes em cada disciplina,
para planejar os estudos e revisões. Celedônio aponta que o Enem se
diferencia de outros vestibulares tradicionais ao valorizar temas atuais,
próximos da vivência cotidiana. Por exemplo, cobra muito meio ambiente,
urbanização e geopolítica, e menos botânica ou química orgânica.
É consenso entre os especialistas que matemática e redação devem receber atenção especial
nessa reta final.
“São disciplinas que se tornaram áreas
inteiras do Enem. Pela TRI, a possibilidade de tirar uma nota alta é grande, se
o aluno tiver um bom desempenho nessas matérias", diz Rodrigo Magalhães,
professor e diretor do Colégio e Curso AZ.
Na reportagem a seguir, confira dicas e estratégias de como montar um cronograma
eficiente se você:
Não estudou nada (ou quase nada)
Como se preparar para o Enem se você não
estudou nada
Faltando 60 dias para a prova, ainda dá
tempo de correr atrás e absorver conteúdos, desde que o cronograma seja
realista, e, o estudo, focado.
“Brinco com meus alunos fazendo uma
metáfora com futebol: nessa altura, a gente não consegue mais assistir ao jogo
inteiro, tem que ver os melhores momentos”, diz Magalhães.
A melhor estratégia, portanto, é focar no básico e recorrente. “Extrair o máximo desempenho
na prova sendo eficiente nos conteúdos que ajudam a alavancar a nota”, indica
Atila Zanone, coordenador de conteúdo do Fibonacci Sistema de Ensino.
Os “campeões de cobrança” podem ser
encontrados pelos candidatos em levantamentos divulgados por escolas e
cursinhos. Em matemática, por exemplo, dominam tópicos como razão, regra de
três, estatística e geometria plana. Já a prova de linguagens prioriza
habilidades de leitura e interpretação de texto.
Após identificar os temas, a resolução de exercícios é primordial. Para
esse grupo, Celedônio indica treinos curtos e diários, de 2 a 3 horas por dia,
e pelo menos duas redações por semana.
"Recomendo uma hora para matemática e
ciências da natureza, evitando aqueles conteúdos que menos caem, e mais uma
hora para leitura de textos e redação", detalha.
Pode funcionar, também, fazer simulados
menores. “É mais interessante do que tentar fazer uma prova inteira, direto. O
aluno pode fazer, por exemplo, 15 ou 20 questões por área, tentando reconhecer
os enunciados e treinar a própria resistência”, propõe Celedônio.
Viktor Lemos, diretor do Curso Anglo,
acrescenta que é importante verificar os pesos das notas no Sisu,
que variam conforme a carreira e a universidade pretendida pelo candidato.
“Focar nas áreas de maior peso pode definir a conquista de uma vaga”, diz.
➡️ Em resumo:
Definir um cronograma realista a partir do
tempo disponível por semana;
Focar nos conteúdos mais fáceis e temas de
maior incidência no exame;
Resolver blocos de questões diariamente,
para se acostumar com o estilo da prova;
Dedicar um tempo considerável para
redação: fazer ao menos duas por semana até a data do exame
Como se preparar para o Enem se você
estudou pouco até agora
Aqui, o foco deve
ser identificar e resolver lacunas de
conteúdo e consolidar o que já sabe.
“A
prioridade é que esse aluno ganhe consistência, reforçando aquilo que é
essencial e evitando pendências”, diz Celedônio.
A resolução de exercícios ganha
ainda mais peso aqui. “O ideal é investir de 3 a 4 horas diárias – em blocos de
exercícios ou simulados de até 30 questões. Gradualmente, até o dia da prova, o
aluno deve fazer pelo menos um simulado completo de 180 questões, em dois
dias”, recomenda. “Outra sugestão é dividir grandes temas de cada área por dias
da semana, reservando um deles para a redação e leitura de atualidades”.
Para Atila Zanone, o
candidato desse grupo deve manter a tranquilidade e persistência: “Nas próximas
quatro semanas, deve terminar pendências de conteúdo e, nas outras quatro,
treinar na prática. Tão importante quanto ter estudado os conteúdos mais comuns
é conseguir simular a execução da prova”, inclusive treinando o tempo de preenchimento
do gabarito.
➡️ Em resumo:
Otimizar revisões: resolver lacunas e consolidar o que já foi visto, priorizando temas de alta incidência;
Grande foco em resolver exercícios e provas antigas, para identificar o que precisa ser reforçado, e escrever redações;
Simular as condições da prova, que exige
resistência, para ganhar confiança e agilidade.
Como se preparar para o Enem se você se
dedicou ao longo do ano
O aluno que estudou
durante o ano todo deve confiar no trabalho realizado até aqui, destaca Viktor
Lemos. “Na reta final, equilíbrio deve ser a palavra de ordem:
manter a rotina de estudo e revisão, mas também ter momentos de descanso e
lazer, sem excessos”, diz o diretor.
Para Rodrigo Magalhães, é hora de ajustes pontuais.
“Não
tem necessidade de estudar tudo de novo se o aluno já teve um bom
aproveitamento. O ideal é intensificar a resolução de questões no modelo Enem,
para que os próprios exercícios mostrem os pontos fracos”, recomenda.
Segundo Zanone,
refinar a estratégia de prova é imprescindível. “O último ‘segredinho’ do exame
é a organização
do tempo", ressalta. A abordagem definida pelo aluno deve
considerar velocidade de leitura, interpretação e resolução, além da ordem em
que se faz a prova em cada dia.
Ademar Celedônio acrescenta que uma estratégia é resolver as questões de nível fácil e médio
primeiro, quando o cérebro está mais descansado, em vez de
encarar a prova de forma linear e perder minutos preciosos em questões
consideradas difíceis – dessa forma, caso não dê tempo de concluir a prova inteira,
o impacto na nota pela TRI será menor, lembra ele.
Além
disso, o treino semanal de redação, inclusive cronometrado, é essencial.
"O ideal é produzir pelo menos duas redações por semana. Assim, o aluno
terá um bom repertório de possíveis temas, o que ajuda a diminuir a ansiedade
no dia da prova".
➡️ Em resumo:
Manter o foco e equilibrar momentos de estudo e descanso;
Buscar o aperfeiçoamento nos detalhes,
resolvendo lacunas;
Praticar com muitos exercícios e aprender
com os erros;
Fazer pelo menos duas redações por semana
até o dia da prova;
Simular as condições reais da prova e
definir a melhor estratégia de resolução – como filtrar as questões de nível
fácil e priorizá-las
Fonte:
https://g1.globo.com/educacao/enem/2025/noticia/2025/09/09/60-dias-para-o-enem-veja-cronograma-de-estudos-para-3-tipos-de-alunos-vale-ate-para-quem-esqueceu-da-prova.ghtml.
Acesso em 13/09/2025.
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