Segundo os autores, o quadro teve como embasamento temas abordados no livro "Torto Arado" de Itamar Vieira, principalmente o silenciamento das lutas do povo negro no Brasil do pós-abolição, quando suas reivindicações e seus direitos eram silenciados pelas elites dominantes do início da República no país. Esse silêncio, muitas vezes, consistia em ameaças físicas e psicologias, discriminação cultural e social, além de leis que impediam manifestações religiosas e culturais dos afrodescendentes. Muitos negros que reagiam as imposições dos brancos, foram presos e até mortos, como foi o caso de Severo, personagem do mencionado livro.
Assim, a “tela busca enfatizar a situação de um homem negro acorrentado com fúria no olhar, tendo sua boca costurada por mãos brancas e ensanguentadas, uma forma metafórica de expressar que os negros nunca aceitaram a situação em que se encontravam, mas ao tentarem trazer a mudança eram reprimidos, presos e mortos. Era um silêncio que vinha de forma violenta e desumana. Além disso, a obra procura demonstra de forma dramática aspectos do cotidiano dos negros no Brasil, especialmente o racismo, discriminação e o preconceito”, explicam os autores.
Eduardo Aranha e Emanuel Victor Santana (18 anos cada), são estudantes do 3ºBM do CEPES, residem respectivamente nas localidades de Tocos II e Tocos III, município de Governador Mangabeira. Tiveram contato com o livro Torto Arado, através de uma ação pedagógica da professora de Língua Portuguesa do CEPES, professora Dra. Evani Rodrigues, que acompanhou os estudante, juntamente com a vice-diretora da instituição, Aniger Silveira, no referido evento. Os projetos artisticos do CEPES, foram coordenados pelas professoras área de Linguagens, com o apoio dos docentes das outras área do conhecimento, direção e servidores do CEPES.
Além de Eduardo e Emanoel, outros estudantes do CEPES participaram da seleção dos projetos artísticos em outras modalidades: Rai da Silva Conceição (3ºAV) - FACE, Ana Luiza (1ºBMI) – TAL e Ana Clara Oliveira, Ana Luísa Santana, Kauany Ramos, Yasmim Conceição e Yuri Nascimento (2ºAV) – PROVE.
Sobre os projetos Artísticos da SEC/BA
Visando contribuir para a ampliação do acesso e a garantia dos direitos culturais, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio dos Projetos Artísticos e Culturais – que compõem o rol dos Projetos Estruturantes - fomenta práticas pedagógicas de caráter emancipatório, por meio da educação de natureza inclusiva, contextualizada, artística e cultural pautada nos valores identitários, na diversidade sociocultural, no respeito às diferenças culturais, considerando os aspectos do cenário territorial e global ao qual o indivíduo está inserido.
Por meio dos Projetos Artísitico e
Culturais, as unidades escolares potencializam o exercício da criatividade e a
difusão da produção estudantil na rede, numa perspectiva pedagógica histórica
crítica, criando oportunidades para tornar a escola um local de interação,
integração cultural e social. São eles:
AVE - Artes Visuais Estudantis, Dance - Mostra de Dança Estudantil, Encante - Encontro de Canto Coral
Estudantil, EPA - Educação Patrimonial e Artística, Face - Festival
Anual da Canção Estudantil, Feste - Festival Estudantil de Teatro, Prove - Produção
de Vídeos Estudantis, TAL - Tempo de Arte Literária.
“Parabenizamos a Eduardo e Emanoel pela vitória no AVE, produzindo um quadro com relevante significado artístico, demonstrando a resistência dos negros as imposições da elite dominante do pós-abolição. Também, parabenizamos a professora Evani e os demais educadores do CEPES pelo incentivo a leitura aos estudantes, como foi o caso do acesso ao qualificado livro “Torto Arado”, bem como aos demais estudantes do CEPES que participaram dos projetos artísticos do NTE 21”, enfatizou o professor Borges.
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