Denúncias de intolerância religiosa nos estados aumentam 45,6% no primeiro semestre
Era noite de 24 de janeiro, uma segunda-feira, quando o terreiro de candomblé Ilè Alaketú Àsé Omí Togun, em Vitória da Conquista, na Bahia, onde estavam cerca de 30 pessoas, foi surpreendido por um Fox Preto conduzido por um homem acompanhado de uma mulher e uma criança. O homem aumentou o volume da aparelhagem de som do carro para dizer frases como “Jesus Salva”, “Jesus Liberta” e “Jesus transforma”. O toque dos atabaques parou. O culto foi interrompido. A polícia foi chamada. Mas quando chegou, o veículo já havia ido embora. O caso baiano se soma a outras 383 denúncias de intolerância religiosa registradas de janeiro a junho deste ano no país. O número é 45,6% maior que o do mesmo período em 2021, quando 263 queixas foram feitas ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O aumento se reflete também no mundo virtual. A Central Nacional de Denúncias da Safernet registrou 2.813 denúncias de intolerância religiosa no primeiro semestre. Um crescimento de 654,1%, em co