Campanha tende mesmo a ser plebiscitária

O comportamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nos últimos dias, quando ele decidiu voltar a atacar o presidente Lula e, principalmente deu uma série de declarações falando das realizações do seu governo, caiu como a sopa no mel para a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e dos articuladores da sua candidatura à Presidência. Porque tudo o que o presidente Lula e o PT sempre quiseram foi que a eleição presidencial seja disputada neste clima de plebiscito, colocando para o eleitor as opções de votar no governo de agora ou no governo anterior.
Montado em estrastoféricos índices de popularidade, Lula acredita que ganha fácil no comparativo com os oito anos de FHC e isto beneficiará diretamente sua candidata. Além das suas realizações no período, Lula e os seus articuladores sabem que a memória do povo retém o que foi feito por último, o que também lhe é favorável.
Também por saber disto é que Dilma apressou-se em responder ao ex-presidente, aceitando o desafio de fazer comparações entre as duas administrações, ao afirmar que não tem receio de fazer a campanha nesta linha de comparativo. “Comparar é discutir que caminho eu vou seguir”, disse a ministra, para bater em seguida, acusando os governos anteriores a Lula de terem sucateado a educação no país.
O ruim deste caminho que se prenuncia é que a campanha tende a perder o debate político, empobrecendo as discussões, uma vez que poderemos ter somente tabelas e números (que sempre podem ser manipulados ou “engordados”) como base para decidir sobre que candidato escolher.

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