Por: Jânio Roque Barros de Castro.
No perĂodo chuvoso, a vegetação encobre os morros entalhados que entornam o lago da Barragem de Pedra do Cavalo e ganha vitalidade produzindo um imenso tapete verde. A jusante da elevada crista do barramento o rio segue seu curso no vale encaixado. A intensificação das chuvas e o aumento da lâmina d'água nas comportas submergiu as rochas expostas do leito do rio. A jusante de Cachoeira e SĂŁo FĂ©lix, duas cidades histĂłricas geminadas, o canal fluvial em filete e emoldurado pelo substrato rochoso e pelos morros, gradualmente vai se alargando e ganhando volume, obedecendo aos ciclos das marĂ©s, atĂ© se transformar em uma BaĂa intermediária (Iguape) que se constitui em uma foz peculiar, adentrando depois na grande BaĂa de Todos os Santos. Nessa foto nota-se o traçado sinuoso da Rodovia BR-101 que foi desviada no final da dĂ©cada de 1970 / inĂcio dos anos 1980 para construção da barragem. Devido as caracterĂsticas geomorfolĂłgicas da área em tela, o lago Ă© profundo e a área sob efeito do barramento se estende a montante para alĂ©m da divisa entre os municĂpios de Cabaceiras do Paraguaçu e Santo EstevĂŁo. Destacam-se como principais objetivos para construção dessa barragem a contenção das cheias periĂłdicas que afetavam as cidades de Cachoeira e SĂŁo FĂ©lix, a geração de energia hidrelĂ©trica e a composição de um sistema de captação e adução de água para os municĂpios do RecĂ´ncavo Baiano, da RegiĂŁo Metropolitana de Salvador, de Feira de Santana e entorno imediato. Nessa foto, nota-se que as torres do sistema elĂ©trico se miniaturizam quando comparadas ao gigantismo da barragem, no seu conjunto.
Jânio Roque Barros de Castro:
Professor Titular da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Campus V - Santo AntĂ´nio de Jesus. Vice-lĂder do Grupo de Pesquisa "RecĂ´ncavo: territĂłrio, cultura, memĂłria e ambiente".
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