Retrocesso - Protesto na Avenida Paralela é contido pela polícia e deixa feridos

Uma manifestação de alunos e professores do curso de medicina da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) deixou feridos na Avenida Paralela, em Salvador, na manhã desta terça-feira (4). O grupo reivindica pagamentos atrasados de docentes e por isso bloqueou a via, uma das mais importantes e movimentadas da capital baiana. Um longo congestionamento se formou por volta das 9h.
De acordo com relato de estudantes, uma manifestação pacífica era realizada na avenida, próximo à instituição de ensino, quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou atirando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra o grupo.
A assessoria da FTC informou que a PM foi para o local negociar com os alunos, mas os manifestantes não cederam e o Batalhão de Choque acabou usando gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e enviou três ambulâncias para o local, mas o órgão informou que não precisou remover ninguém para hospitais.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que o comando da 82ª CIPM tentou negociar com estudantes para a liberação da Avenida Paralela e após esgotar todos os recursos de negociação, o Batalhão de Choque foi acionado e "de forma rápida" desobstruiu as vias.
A PM confirma que utilizou bomba de gás e balas de borracha como técnica policial no intuito de evitar o uso da força física. O objetivo, segundo a PM, foi "restabelecer a ordem pública".
"Começamos o protesto por volta das 9h e fechamos a Paralela deixando uma das faixas livre para a circulação de veículos. De repente, uns 30 minutos depois do início da manifestação, o Batalhão de Choque chegou atirando, sem dar qualquer aviso prévio. Todos os dias a gente vê manifestação em Salvador e isso nunca aconteceu", diz um aluno que prefere não se identificar.
A professora Lucélia Cunha diz que ficou assustada com a situação que vivenciou. "Nunca vi nada igual na minha vida, é inacreditável. Eu estava saindo da faculdade quando vi um tumulto e não podia sair de carro porque estava tudo fechado. Apontaram arma para mim, atiraram em alunos na minha frente, eu enlouqueci com essa situação. Pegaram um menino magrinho, arrastaram parecendo um animal, nunca imaginei", relata Lucélia Cunha Magalhães, coordenadora do 5º semestre do curso de medicina da FTC.
A assessoria da FTC lamentou o ocorrido e disse que o vice-diretor da unidade esteve com os alunos na tentativa de dar fim à manifestação.
Ainda de acordo com a instituição, os salários atrasados dos professores já foram creditados nesta terça-feira e poderão ser retirados no período da tarde. Fonte: G1

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