
A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que não há apenas um culpado para estas situações. "A violência é fruto de um processo de frustração, de um sentimento de impotência e, sobretudo, na sociedade altamente competitiva. Tem que ser melhor que os outros. Isso é a principal fonte de violência. A escola não é a única produtora nem a principal produtora de violência, mas é a sua canalizadora e poder ser neutralizadora”, diz Carmem Maria Craidy, professora UFRGS.
Uma escola de ensino médio de Porto Alegre, com 1.700 alunos, resolveu o problema da violência criando uma sala onde é permitido extravasar os sentimentos. Inclusive, a raiva, mas ela tem que ficar do lado de dentro.
Orientados pelo professor Aloísio, o criador do projeto, os alunos são estimulados a representar. É uma espécie de teatro da vida real. Tem a hora de expor os medos e a hora do afeto.
"O ensino no Brasil, todo é o conteúdo. Enfia conteúdo dentro da cabeça do aluno e nota. Nós não somos uma nota. É esse passar nulo pela escola é que represa a agressividade. Eu não sou nulo. Eu sou alguém", diz Aloísio Pedersenarte, terapeuta e educador da E.E.E.M. Padre Réus – Porto Alegre.
"Eu sofri todo ensino fundamental de bullying. Foi bem complicado, mas com ajuda familiar, da escola, a gente consegue ir adiante”, diz Lorenzo Soares, 16 anos.
Uma mãe acredita que a responsabilidade não pode ser apenas da escola. "Está faltando muito a participação dos pais em casa. Que eles estão botando toda responsabilidade para escola e não é assim. Começa de casa. Os pais estão muito ausentes", diz Alice Paz, funcionário pública.
“Não há culpados. Nós somos todos responsáveis, só a palavra neutraliza a violência”, acredita Carmem Maria Craidy.
“Eu transformo ela em arte, em amizade. Eu quebro meu preconceito com aquele colega que fala fino, que é mais delicado, ou aquela colega que é mais masculinizada. Todos são iguais. Ninguém aqui nessa escola tem o direito de falar nada, de debochar de ninguém. Um cuida do outro para que isso não aconteça", avalia o educador.
Fonte: JH
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