Portal Geledés publica artigo do professor Borges acerca da trajetória do Vereador Leopoldo da Rocha









O renomado portal (site) GELEDÉS, criado e coordenado pela escritora paulista Sueli Carneiro, publicou nesse sábado (02/06/2018) o artigo do professor Borges, intitulado: O NEGRO NA POLÍTICA: A TRAJETÓRIA DO VEREADOR LEOPOLDO SILVÉRIO DA ROCHA – GOVERNADOR MANGABEIRA - BAHIA (1983-2000). O artigo foi produzido para o TCC da especialização em História e Cultura Afro-brasileira e Indígena da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), através da orientação da professora doutora Martha Rosa, também apresentado no XXIX Simpósio Nacional de História (Brasília 2017), promovido pela ANPUH - Associação Nacional de História.


No texto, o professor Borges discute a pequena participação dos negros e das negras na política brasileira, bem como, elucida a quebra desse paradigma ao longo da história do nosso país, destacando a trajetória do vereador Leopoldo Silvério da Rocha, o qual exerceu essa função no município de Governador Mangabeira - Bahia, entre os anos de 1983 a 2000, sendo o único Babalorixá (Pai de Santo) a ocupar essa função no Poder Legislativo Municipal. 

Leopoldo Silvério da Rocha, nasceu em 14 de fevereiro de 1945 na então Vila das Cabeças, atual município de Governador Mangabeira. Em 1963 fundou o Terreiro Ilé Oyó Mese Alaketu Axé Ogum Onirê. Exerceu a função de vereador por 4 mandatos (1982 a 2000), sendo presidente da Câmara entre 1995 e 1996. Faleceu no dia 14 de maio de 2006, em um trágico acidente na BR 101, juntamente com sua esposa Nanci Santos Leite e um sobrinho, deixando um extraordinário legado para a região do Recôncavo Baiano no que se refere o valor e importância do Candomblé, aspectos continuados pelo seu herdeiro Leomar Silvério da Rocha.

GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira.

Posiciona-se também contra todas as demais formas de discriminação que limitam a realização da plena cidadania, tais como: a lesbofobia, a homofobia, os preconceitos regionais, de credo, opinião e de classe social.

Dessa perspectiva, as áreas prioritárias da ação política e social de Geledés são a questão racial, as questões de gênero, as implicações desses temas com os direitos humanos, a educação, a saúde, a comunicação, o mercado de trabalho, a pesquisa acadêmica e as políticas públicas.

A seguir constam os links da publicação do artigo no portal GELEDÈS, bem como, no site do XXIX Simpósio de História.



Segue abaixo o resumo do mencionado artigo.
RESUMO: O presente artigo visa analisar a participação do negro na política brasileira, utilizando-se como estudo de caso a trajetória do Vereador Leopoldo Silvério da Rocha, que exerceu essa função no período de 1983-2000, no município de Governador Mangabeira, localizado na região do Recôncavo da Bahia, sendo um dos primeiros negros e o único adepto de religião de matriz africana a ocupar uma cadeira no Parlamento municipal no período analisado. Para tanto, utilizou-se como fontes os livros de atas da Câmara de Vereadores, decretos, leis e outros documentos, bem como, os depoimentos de pessoas que conviveram com o Vereador Leopoldo nesse momento de sua vida, foi possível analisar a sua atuação enquanto parlamentar, principalmente no que se referem as suas ações voltadas para as áreas de educação, saúde e infraestrutura para o bairro do Portão, do qual ele era morador e representante político, além das suas relações políticas com os outros vereadores e o Poder Executivo, ressaltando que na atual conjuntura política do país, ainda a presença de negros ocupando espaços no poder é pequena, basta lembra que, segundo os dados da revista Congresso em Foco (2014), dos 27 Governadores e Senadores eleitos em 2014, nenhum se autointitula negro, bem como, dos 513 Deputados Federais, apenas 22 se declaram negros, já dos 1059 Deputados Estaduais eleitos nesse mesmo ano, somente 29 se consideram negros. Esses números demonstram o quanto o negro é excluído dos cargos eletivos no Brasil, ao mesmo tempo traduz uma preocupação: que mesmo depois de 128 anos de abolição da escravidão no Brasil e com as recentes políticas de promoção da igualdade racial, o racismo continua forte nesses espaços de poder. O principal aporte teórico foi um conjunto de trabalhos do pesquisador Clovis Luís Pereira Oliveira, que desde a década de 1980 realiza pesquisas acerca da presença do negro no Poder Legislativo, com ênfase para a capital baiana. Do conjunto, destacamos: O Negro e o Poder (1991), A luta por um lugar (1993), O Negro e o poder no Brasil (2002). Além dos estudos de Oliveira, foram utilizadas como arcabouço teórico as pesquisas da assistente social Matilde Ribeiro acerca das políticas de Promoção da Igualdade Racial no Brasil. Palavras-chave: Negro na política; Eleições; Representação política.


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