Aumenta número de adolescentes chefes de família

Robson Carlos concilia o trabalho de assistente administrativo e recepcionista; Renata da Cruz é babá de um recém-nascido, e Erasmo Batista exerce a função de ajudante de mecânico. Os trabalhos descritos acima condizem com a realidade de milhares de brasileiros, mas a condição social desses adolescentes os tornam, precocemente, as principais fontes de sustento da casa.
A troca de papéis, que transforma meninos e meninas entre 10 e 19 anos em chefes de família, é uma realidade em 793 mil domicílios, segundo dados preliminares do Censo 2010. A responsabilidade assumida, incompatível com as idades desses brasileiros em início de vida, é uma das quatro preocupações – e que devem ter atenção especial – listadas pelo relatório Situação da Adolescência Brasileira 2011 – O direito de ser adolescente: oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualdades, lançado nesta quarta, 30, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A partir da evolução de dez indicadores (2004 a 2009), a publicação apresenta nove vulnerabilidades (veja em texto abaixo e na página ao lado) às quais os 21 milhões de adolescentes entre 12 e 17 anos (11% da população) estão expostos, além das quatro desigualdades que aprofundam os fatores que afetam o desenvolvimento: cor da pele, gênero, deficiência e contexto da moradia.
Dentre as vulnerabilidades trazidas pelo relatório que impactam na vida dos adolescentes, está a privação da convivência familiar e comunitária, abrangendo a condição de serem chefes de família. O baleiro Lucas Bahia, 17, há cinco meses não vive mais com os pais, e agora sustenta a casa em que mora com a namorada de 16 anos. A venda nos ônibus é a renda do casal, que daqui há três meses ganhará um filho. O rapaz vive na casa dada pela mãe e cursa o 1º ano do ensino médio. Lucas, que diz ter renda mensal “em torno de  R$ 900”, sonha em abrir o próprio negócio: “Uma bomboniere”. Fonte: A Tarde

Postar um comentário

0 Comentários