Campanha de desarmamento será política de Estado e terá dia nacional de mobilização

Brasília - A exemplo do que já é feito nas campanhas de vacinação, o governo definiu uma data nacional para incentivar o desarmamento voluntário da população. Será todo ano, no primeiro sábado de julho. A fim de trocar experiências com representantes de outros países que já fizeram campanhas similares à brasileira – como Angola, Moçambique, Argentina e Colômbia –, as organizações não governamentais Viva Rio e Rede Desarma Brasil promovem hoje (21) e amanhã um seminário para discutir o tema.

"A Colômbia já foi um inferno, com os piores índices de violência do mundo. Hoje, com a ajuda da participação popular nas campanhas, Bogotá é um exemplo [de como fazer uma campanha de desarmamento]. Queremos aproveitar exemplos como esse”, disse o coordenador de Controle de Armas do Viva Rio, Antônio Rangel.

As campanhas feitas no Brasil recolheram mais de meio milhão de armas. É a segunda maior já feita em todo o mundo, em número de armas recebidas. Na comparação com outros países, o Brasil ocupa posição de destaque por ter inovado ao instalar em igrejas e ONGs postos de recolhimento que danificam as armas a marretadas, no momento da entrega.

Dessa forma, avaliam as autoridades, as campanhas deram maior confiança ao cidadão de que suas armas seriam, de fato, destruídas, diminuindo o risco de pararem nas mãos de bandidos.

Segundo o Ministério da Justiça, os homicídios por arma de fogo caíram 11% entre 2003, quando o Estatuto do Desarmamento foi aprovado, e 2009. Dados da Viva Rio indicam que muitas das armas usadas para a prática criminosa são roubadas de residências. Dados da Polícia Federal afirmam que, só em 2003, mais de 27 mil armas foram furtadas ou roubadas dessa forma.

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